No Obvious, o Luís Soares colocou a questão de cada um de nós ser uma marca.

No contexto da Web 2.0, o Luis fala-nos de marca em relação à nossa vontade de comunicar e de procurar alguma celebridade. Neste contexto, ele explica que não se trata de querer criar algo novo. Em vez disso estamos a mostrar aos outros de que é que gostamos e com que valores nos identificamos.

Eu vejo a criação de uma marca num sentido semelhante. Para mim, construir uma marca significa escolher e comunicar valores, com a definição de objectivos e com os elementos de imagem.

São dois pontos de vista que não se excluem, muito pelo contrário complementam-se. A única diferença é que para mim, até ler o artigo do Luís, a criação de uma marca era algo consciente.

Grunig, na Teoria de Stakeholders, (capitulo 6) define público/stakeholder como pessoas que se reúnem em torno de uma determinada questão (Issue) que tem de ser “resolvida” com a empresa.

Mas em oposição, encontramos na web uma série de públicos que só se reunem porque gostam das mesmas coisas. Partilham gostos e sistemas de valores. Sem precisarem da empresa para serem vistos como públicos.

Ou seja, Grunig não toca na questão dos sistemas de valores e da forma como os apresentamos pela web. Para ele, os stakeholders e públicos existem na perspectiva da organização/empresa.

É um ponto de vista válido. Mas estes públicos que partilham valores semelhantes e que os demonstram pelo tipo de coisas que fazem na web também têm de ser considerados e são uma influência cada vez maior para as organizações.

Portanto, obrigado ao Luís Soares por me ter feito pensar e ao André Ribeirinho por ter tocado outra vez no assunto e me recordar que tinha este artigo inacabado.

Só não concordo muito com a forma como o Gary Vaynerchuk explica o branding pessoal. A postura dele parece-me exagerada e demasiado feita para vender. Já imaginaram o que é sair de uma palestra daquelas, convencido de que o branding pessoal nos pode transformar num Gary Vayerchuk? E ao fazer isso, deixar completamente para trás a ideia de que devemos pensar nos valores que temos e perceber que a web 2.0 gira em torno da partilha e do diálogo.