Retomando o tema do último artigo. Já falámos da relação entre jornalistas e políticos e mencionámos o papel de watch dog que alguns blogs assumem. O número de casos semelhantes é tal que já foi escrito um livro sobre o tema.blogues proibidosChama-se Blogues Proibidos e foi Escrito por Pedro Fonseca.

Ainda não tive oportunidade de o ler. No entanto conheço alguns casos que são mencionados. Como o Freedom to Copy que foi mencionado neste blog.

O uso dos blogs como ferramenta de denúncia varia. Há quem opte pelo anonimato, outros blogs já existiam e agarraram uma oportunidade. Essa oportunidade pode vir de fonte legítima ou não. Suponho que para um blogger comum não seja fácil medir todas as implicações de uma fonte anónima ou com interesses pouco claros.

Fosse de que forma fosse… Estes blogs conseguiram dar exposição à informação obtida e levá-la aos jornais. Alguns dos casos que são mencionados no livro de Pedro Fonseca surgiram numa altura em que os blogs tinham pouca credibilidade. Suponho que tenha sido por isso que estas notícias chegaram à agenda dos media sem mencionar a fonte. Curiosamente, a maioria dos casos envolvia questões políticas.

Neste ponto, a única coisa que me preocupa é quem está por trás dos blogs anónimos. Nem sempre é um cidadão preocupado mas sim alguém com interesses mais básicos. Seja poder político, ganhos económicos ou algum tipo de vingança mais pessoal.

De qualquer modo os blogs estão a permitir uma cidadania e manifestação de opinião mais activa. É o fenómeno da web 2.0, é a literacia informática a alargar cada vez mais a liberdade individual de expressão.

Infelizmente, a postura de cidadania online responsável tem tido dificuldades em marcar posição nos blogs.

blog cibercidadania do Expresso, escrito por Paulo QueridoNão vou aprofundar o tema da cidadania online porque é extenso e já existe um blog onde é tratado regularmente.

Com tudo isto, a diferença entre jornalistas e bloggers tem vindo a esbater-se. Isto porque cada vez são precisos menos conhecimentos técnicos para comunicar com uma audiência bastante extensa.

Os candidatos políticos estão a ver-se forçados a sair do pedestal e a comunicar no mesmo nível dos seus eleitores e apoiantes. Não só nos blogs, mas também nas formas de comunicação semelhantes. Carmona Rodrigues é o exemplo disso, até agora foi o primeiro a tentar usar o twitter como canal de comunicação. Está a ter algumas dificuldades nesse campo, mas isso é tema para outro artigo.


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Bruno Amaral

Sou um Estratega Digital, dividido entre tecnologia e criatividade, a trabalhar para o Lisbon Collective e a ensinar Relações Públicas na …