Nos artigos anteriores tentei explicar algumas premissas para este artigo.
- Os bloggers têm um papel importante na Sociedade, pela sua função de watch dog;
- Os jornalistas e os bloggers estão em patamares muito semelhantes. O jornalismo tem de apostar na ética e deontologia como factor diferencial;
- A nova web 2.0 permite uma cidadania mais activa, sem exigir conhecimentos técnicos para criar um blog ou outro canal de comunicação com um público extenso.
Nos gabinetes de comunicação isto quer dizer que o público alvo já não se limita aos jornalistas. Qualquer cidadão deve e tem de ter acesso à informação que é providenciada aos meios de comunicação.
Não só porque geralmente desconhecemos o potencial de comunicação de uma pessoa. Também porque vedar o acesso à informação resulta numa reacção por parte do blogger que dificilmente beneficia a imagem institucional.
Isto obriga a uma transparência política cada vez maior e nem sempre com o aval dos órgãos de governo. Visto que nos dias de hoje é cada vez mais fácil fazer investigação jornalística e publicar os resultados.
O Ministério da Administração Interna chegou ao ponto de criar um blog. Esse blog tem sido usado como forma de responder ao que é dito nos meios de comunicação tradicionais. Ou seja, em vez de exercer o direito de resposta,o MAI dirige-se directamente aos cibernautas que seguem o seu dia a dia.
Pessoalmente, concordo com a iniciativa, mesmo depois de ter ouvido os argumentos contra. Estes referiam-se principalmente ao uso de fundos públicos para dar resposta aos jornalistas. “Se o ministro quer exercer o seu direito de resposta, que o faça. Mas sem recorrer aos cofres do estado” era o mote principal.
A questão é que o blog não é lido só pelos jornalistas. Pelo contrário, está acessível a todos e acredito que tenha uma abrangência maior do que o artigo a que o ministro opte por responder.
Pessoalmente, se vejo uma resposta do MAI a uma notícia que me interesse, opto por procurar o registo da mesma online. Desta forma posso ver os dois lados da questão, sempre online.
Com todas estas alterações na forma como comunicamos em sociedade, surgem exigências novas para os profissionais de Relações Públicas. O próximo artigo vai explicar o que me parecem ser algumas das novas exigências de formação que a nova comunicação está a impor aos gabinetes de Relações Públicas.