Tive de apagar um comentário que não era spam, nem tinha qualquer conteúdo ofensivo.

Mas acho que toda a gente merece que eu justifique esta atitude da minha parte.

O comentário vinha da parte da Young Network, e limitava-se a ter um link para um post recente. Não estava sequer no mesmo contexto do respectivo post. Não me costumo aborrecer com off topics aqui no blog, mas depende sempre do contexto.

O link apontava para um post que desafia os bloggers de comunicação:

tenho um desafio para lançar aos jovens bloggers que escrevem sobre Web 2.0, variantes comunicação digital e Media Sociais. Os que quiserem vão ter a oportunidade de preparar projectos para clientes for real. E implementá-los. Clientes não faltam por aqui. Como já cheguei de férias, recebo-vos a partir desta segunda. Basta enviarem-me um email para acertarmos dia e hora. Queremos dar-vos a oportunidade de atalharem caminho e porem-se à prova.

Não me oponho a que os bloggers forneçam consultoria, mas para este “desafio” existem várias questões de ética a considerar.

Ao existir intermediário entre o blogger e o cliente, ficamos sem saber até que ponto o projecto é ou não produto da agência. E não sei até que ponto este modelo de actividade não interefere com as responsabilidades que a agência tem para com o cliente.

Acima de tudo, acho que os bloggers merecem mais do que “desafios”; merecem uma postura profissional, transparente e objectiva. Para isso é preciso uma retribuição justa e uma divisão clara de responsabilidades.

É por estas razões que não me sinto bem a apoiar a iniciativa da Young Network.

Ao mesmo tempo é bom ver a Young Network a esforçar-se e a dar valor aos bloggers. Mas com esta acção ficaram com um problema de coêrencia para resolver:

Há blogues de crianças e de mais velhos, pessoais e corporativos, culturais e desportivos, etc. Todos têm espaço.

Mas há uma regra fundamental fora da blogosfera que também deve ser dela: amadores e pessoas sem currículo não fazem doutrina.

Opinião sempre. Querer ser guru a martelo torna a opinião ridícula e nunca doutrinária.


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Bruno Amaral

Sou um Estratega Digital, dividido entre tecnologia e criatividade, a trabalhar para o Lisbon Collective e a ensinar Relações Públicas na …