Apesar do título, este post não tem muito sobre a peça do Ricardo Ararújo Pereira. Até porque não consegui bilhete, tal foi a velocidade com que esgotaram.

Mas pelo que me contaram, o público ia à espera de uma peça de stand up. Grande erro.

A peça é uma adaptação das palestras de John Austin, e o livro em que se baseia pode ser lido na Questia. Foi o melhor link que encontrei, se alguém tiver uma fonte melhor por favor deixe nos comentários.

As palestras explicam de que modo podemos praticar uma série de actos com as palavras. E procuram dissecar a forma como uma frase pode ou não praticar um acto.

Mas para mim é mais interessante a ideia de que realmente fazemos coisas com as palavras. E que nem todos esses actos são meramente descritivos, odem ser: Promessas, baptimos, apostas, ameaças…

E o oposto também é verdade, comunicamos com os nossos actos.

Austin mostra que comunicar não é apenas um modelo matemático de emissor, mensagem e receptor. Mostra a importância de existir uma intenção, de se pretender um determinado comportamento e de se contextualizar essa comunicação com normas sociais.

E mesmo assim, toda a gente parte do príncipio que é excelente a comunicar. Quando na realidade, para que a comunicação seja mesmo eficaz não pode ser resultado de um trabalho solitário. Deve ser preparada sempre que possível, e ser um acto contínuo, que não termina no primeiro contacto ou no final da primeira reunião.