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Com a histeria recente à volta do Covid-19, começámos finalmente a dar importância à comunicação em Saúde e Ciência. Ou pelo menos assim espero.

Na caça ao click, os meios de comunicação encheram as agendas com informação sobre o vírus. Quer fosse factual ou não, o volume de informação a ser distribuída foi um sinal para que as pessoas ficassem em alerta.

Por si só, é bastante saudável estarmos atentos ao aparecimento de um vírus novo. O problema é que mostrou o quanto o mundo está mal preparado para lidar com casos de saúde pública.

A 23 de Fevereiro a World Health Organization comunicou que a taxa de mortalidade era de 2%.

Em vez de nos acalmar, esta notícia passou despercebida.

A comunicação social continuou a contar as histórias de quarentena, e de países novos casos. Chegaram os memes e as tentativas de fazer algum humor à volta do tema do momento.

A Direcção Geral de Saúde mostrou uma atitude útil ao criar infografias e informação que foi partilhando no Twitter.

A conta de Instagram do Serviço Nacional de Saúde também colaborou neste esforço de informação.

Mas nem todos os esforços impediram os relatos de comportamento periogoso por parte de algumas pessoas.

Esta senhora não só ignorou as indicações do Serviço Saúde 24, como também se dirigiu ao Centro de Saúde colocando os utentes em risco.

2020 e a Morte do Bom Senso

Quer seja esta ou outra doença, os princípios de higiene e prevenção do contágio são simples de entender. Lavar as mãos com frequência, evitar o contacto das mãos com os olhos e a boca, manter a distância de pessoas que aparentem ter sintomas. Em caso de suspeitas, seguir as indicações da comunidade médica ou do serviço Saúde 24. (808 24 24 24)

Não é preciso comprar máscaras para prevenir o contágio. Não estamos vulneráveis por tocar na mesma superfície que uma pessoa infectada. Não precisamos de nos barricar em casa com mantimentos suficientes para ficar entre quatro paredes até chegar o Inverno.

Não sei o que nos aconteceu para perder o sentido crítico e esquecer o que nos ensinaram no ensino primário. E se numa altura de epidemia a falta de sentido crítico se torna mais visível, a verdade é que ela está presente em todos os aspectos do dia a dia.

Pode ser uma dieta, podem ser Fake News. E chegámos a um ponto em que já não podemos dizer que a solução está em dar mais recursos ao Sistema Educativo. Precisamos de uma solução que inclua educar os adultos.

Nem todos os heróis usam capa

Foi através do #Twittlis que encontrei as conversas em torno do scicomPT e o 90 Segundos de Ciência. Foi isso que re-acendeu o meu interesse pela Comunicação de Interesse Público.

A descoberta de hoje foi o SciMed — Ciência Médica Baseada na Evidência onde está o link para a apresentação do João Júlio Cerqueira na TEDxPorto.

Quando surgiram os primeiros casos em Portugal, a equipa da SciMed partilhou este post em respeito à preocupação com as máscaras de protecção.

Fonte

Sinto que todo o apoio que se possa dar a estas iniciativas é pouco, especialmente nos dias de hoje em que é difícil separar o trigo do joio.

E se conhecem mais exemplos em que haja um esforço de fazer boa comunicação de interesse público, por parte de fontes oficiais, por favor acrescentem nos comentários.

Aurora Tech — Cláudia Morgado

Algumas das referências, e a vontade de escrever este post, vieram de uma conversa com a Cláudia Morgado. Ela é CEO da Aurora, uma startup na área da saúde que informa e guia os pais a cuidar dos recém nascidos através de um chat bot.

Podem conhecer melhor a Aurora na Página de Facebook “Aurora - vida, família, trabalho” , ou começar a falar com ela através do Messenger.