Na blogosfera fala-se de pay per post, do uso de anúncios e outras formas simples de lucrar com um website. Ainda não se fala de subscrever a um blog pagando uma assinatura.

O que não admira por várias razões. Primeiro, as pessoas ainda não estão habituadas a pagar pelo que encontram online. E segundo porque as plataformas de blog ainda não permitem este modelo de negócios. Do meu ponto de vista a questão fulcral é saber se algo deste género resulta. E se resultar, traz benefícios para a Internet?

Este modelo de blogging afasta-se do pay-per-post por libertar o blogger de condicionantes. Ele escreve do que quer, como quer e só está limitado pela linha editorial que estiver a seguir.

Por outro lado, blogs por subscrição só iam resultar se o blogger (ou bloggers) mostrarem à partida ser reconhecidos pela blogosfera e pela sociedade. Eu que sou só “mais um” não ia conseguir angariar subscritores. Para alguém com o nivel de Pacheco Pereira ou Marcelo Rebelo de Sousa a história é completamente diferente. Um blog colectivo, como que uma e-zine, poderia conseguir angariar um nível muito bom de subscritores e influenciar outros blogs do mesmo tema.

Um blog colectivo nem ia precisar de mostrar conteúdos novos todos os dias. Em vez disso seriam precisos conteúdos mais aprofundados, mais fáceis de digerir pelo público e com uma linha editorial de conhecimento geral.

Há dois obstáculos para este género de blog. A plataforma de publicação e a tecnologia RSS.

Não há plataformas de blogging que ofereçam funções para este género de publicação (o wordpress pode ser adaptado, mas não é a mesma coisa do que algo feito exclusivamente para este fim). E a feed RSS pode ser pouco segura, mesmo com uma password e uma morada para cada assinante.

Se por outro lado distribuirmos os conteúdos por e-mail… não passa de uma newsletter criada por bloggers. E já me apercebi há muito tempo que quase nunca leio as newsletters que recebo.

Numa segunda perspectiva, este modelo de subscrição e o actual podiam existir em conjunto. No website o subscritor e o público geral teriam acesso ao mesmo tipo de conteúdos. Ao fazer login, o subscritor teria acesso a conteúdos diferentes, sem publicidade e a uma série de ferramentas. Ferramentas como classificar os conteúdos que prefere, ter uma página de favoritos, acesso à agenda de próximos artigos… etc.

Como em qualquer outro blog, este modelo implica escolher um nicho de mercado bem definido. Para marcar bem a sua posição na blogosfera, nos motores de busca e chamar a si os entusiastas desse campo.

Este modelo acaba por ser um pouco fechado, visto que só os subscritores têm acesso aos conteúdos. No entanto a Internet pode beneficiar se estes novos conteúdos vierem a subir a fasquia de qualidade.

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Bruno Amaral

Sou um Estratega Digital, dividido entre tecnologia e criatividade, a trabalhar para o Lisbon Collective e a ensinar Relações Públicas na …